O que é a felicidade? O dicionário diz que a
felicidade é o estado de quem é feliz e que esse estado pode ocorrer por
variadas razões e que é um momento durável.
Este assunto já foi abordado por psicólogos,
filósofos, etc.
Freud era defensor que a busca da felicidade é uma
coisa utópica pois para ela poder existir não poderia depender da realidade,
porque existe algo chamado “fracasso”. Posto isto, o ser humano é apenas capaz
de atingir uma felicidade parcial.
Aristóteles dizia que a felicidade era atingida
através da prática do bem. Já Nietzsche fala bastante sobre a felicidade e
apelida inclusivamente “a felicidade de rebanho” face à adaptação de
comportamentos padronizados dominada por condições sociais como a segurança, o
bem-estar e a estabilidade. Segundo Nietzsche, não há felicidade nisso mas sim
anti-vida. É uma vida não intensa, não experimentada, não trágica e Nietzche
acreditava que a intensidade é uma condição necessária para toda a grandeza.
Há quem acredite que consegue atingir a felicidade
através das coisas materiais, outros abdicam de tudo o que seja material para
se ligar ao “estado” de felicidade duma forma espiritual. Exemplo disso são os
monges budistas que acreditam que conseguem chegar ao estado puro da felicidade
através da meditação pois para lá chegar não dependem de nada, somente deles
próprios, ou seja, não dependem de nenhum factor externo.
A minha opinião? Um bocadinho dos dois. E porquê?
Porque sou mulher. Não posso negar que há dias em que me sinto menos bem e um
corte de cabelo e uns sapatos ou uma peça de roupa nova me ajudam a sentir
melhor. Mas apenas no momento da compra e tenho consciência disso.
Sou licenciada em Marketing e uma das minhas cadeiras
na Universidade era sobre os Comportamentos do Consumidor onde eram avaliadas
inúmeras características sobre o que leva um determinado indivíduo a adquirir
determinado produto duma marca em detrimento de outro, porquê um produto e não
outro e tudo isto é afectado pelo género, idade, classe social, meio em que
está inserido, etc.
Everardo Rocha, antropólogo, professor e pesquisador
de Antropologia do Consumo, afirmou que "Na hora da decisão de compra, os
prazeres são muito mais fortes que as necessidades.” O que vem suportar algumas
teorias anteriores que a felicidade é durável e que pode ser atingida através
de bens materiais. Mas se estivermos tristes porque o nosso namorado acabou
connosco? Ou porque perdemos o emprego? Ou porque discutimos com um familiar ou
amigo? Ou pura e simplesmente porque estamos a ter um mau dia e estamos tristes
sem razão aparente. A compra pode anular temporariamente esse sentimento mas
assim que inserimos o código pin do cartão e saímos loja fora, voltamos à
fossa. E não só voltamos à fossa, como voltamos com menos dinheiro na conta,
portanto, fossa a dobrar! Até porque a origem da tristeza ainda lá está.
Apercebi-me agora que ainda não disse o porquê desta
publicação.
Passo a explicar: Hoje de manhã, uma das minhas
colegas de trabalho publicou uma fotografia no Facebook dela com a hashtag
#100HappyDays.
Como hoje em dia é cardinais por tudo quanto é sítio,
não fiz caso mas um pouco mais abaixo estava a partilha do site
100happydays.com, com a questão “Consegues ser feliz 100 dias seguidos?”
Aquilo ficou a martelar um bocado na minha cabeça. No
início pensei “Que estupidez. Inventam merdas para tudo. 100 dias feliz… Claro
que TODA A GENTE consegue ser feliz 100 dias (a não ser que esteja com uma
depressão ou aconteça alguma coisa má).”
E foi aí que me apercebi. Todos os dias acontecem
coisas novas na nossa vida. Nenhum de nós sabe o que nos espera daí a 5minutos.
E há alturas na vida em que é mesmo muito complicado manter a alegria e
pensamento positivo.
Resolvi ir ao site e ver “qual é a fórmula que estes
artistas inventaram para o pessoal se manter feliz.” E na verdade, o conceito é
bastante simples mas interessante.
Resumindo, uma pessoa regista-se e diz onde quer
partilhar os 100 dias de felicidade. Facebook, Twitter, Instagram, etc. Coloca
a tal hashtag #100HappyDays e todos os dias, durante 100 dias, coloca uma
fotografia de algo o fez sentir feliz. No final dos 100 dias eles oferecem um
álbum com as fotografias que a pessoa publicou.
É quase serviço público. Fazer com que as pessoas
sorriam mais e andem mais felizes. Como somos criaturas de hábitos, se a pessoa
procurar todos os dias durante 100 dias algo que a faça sorrir e a faça feliz,
provavelmente depois dessa experiência vai continuar a querer procurar as
coisas que a fazem sentir bem. E em caso de dúvida, olha para o álbum e vai
poder observar 100 motivos para sorrir de novo.
A Alicia Keys tem uma música em que diz que há quem
viva para a fama, outros para a fortuna e que há quem ache que são as coisas
materiais que os definem. Eu como sou uma romântica e uma forte crente no amor
verdadeiro, acredito que não há dinheiro nenhum no Mundo que pague o que sinto
quando tenho aquela pessoa a meu lado a abraçar-me. E ninguém consegue comprar
amor. Pelo menos o verdadeiro. Porque esse é desmensurado, desenfreado, louco,
honesto, puro e dá-se sem esperar nada em troca.
Contudo, também acho que a felicidade é uma busca
incessante. Acho que ninguém gosta de se sentir miserável e infeliz e todos
lutamos por aquilo que queremos e nos faz sentir bem. E eu como quero sorrir e
ser feliz, comecei hoje o meu desafio. Na busca da minha felicidade. Na pior
das hipóteses, ganho um álbum à borla! Lol
Esta foi a minha primeira fotografia. O que me faz feliz pela manhã é um galão e música :)
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